Iremos fazer uma análise das perspectivas da economia capitalista global por meio da análise da evolução da participação de cada país (ou grupo de países) no PIB global de acordo com valores correntes (1980-2022). Utilizaremos dados do Banco Mundial (databank.worldbank.org).
Tais dados expostos na tabela abaixo nos apresenta a evolução da participação de cada país (com destaque para EUA e China) ou bloco de países (G7[1], OCDE e países em desenvolvimento[2]) na economia mundial desde 1980 quando se iniciou o período histórico do capitalismo global.
A tabela que iremos analisar foi publicada no blog do economista Michael Robert (www.thenextrecession.wordpress.com). Iremos fazer aqui um exercício de leitura crítica dos dados da tabela, procurando identificar tendências de desenvolvimento da economia mundial.
De 1980 a 2020, é o período histórico de desenvolvimento do capitalismo global. Portanto, temos hoje pouco mais de quatro décadas de capitalismo neoliberal que pode ser subdivido em três etapas:
1. a etapa de transição para a globalização neoliberal (1980-1991)
2. a etapa de ascensão do capitalismo global (1991-2008)
3. a etapa de crise do capitalismo global neoliberal (2008-...)
De 1980 a 1991, temos o período histórico de transição para a economia global. A década de 1980 caracterizou-se pela ofensiva do imperialismo contra a URSS e a disseminação das políticas neoliberais nos países capitalistas do centro dinâmico da economia mundial. Depois, a partir de 1989, com a Queda do Muro e o Consenso de Washington, o neoliberalismo se dissemina nos países do Sul global, principalmente na América Latina. Nessa mesmo sentido, a década de 1980 é marcada pelo início da adoção da política de liberalização da economia de mercado na China socialista com as Reformas de Deng Xiaoping[3].
A partir do fim da URSS em 1991, tivemos a temporalidade histórica de ascensão do capitalismo global.
Na década de 1990 inaugurou-se a era de expansão do globalismo neoliberal. É a apoteose do mundo unipolar, tendo os EUA como império global. O fim da URSS fez o Império neoliberal delirar com as forças da globalização da lei do valor. Foi a era de ascensão da Internet e de ofensiva da OTAN no Continente Europeu. A expansão do capitalismo global abrangeu a década de 1990 e a década de 2000 - até 2008.
Ao mesmo tempo, na China, aprofundaram-se as Reformas liberais de Deng Xiaoping visando abrir a economia para as forças de mercado em ascensão. É a era do socialismo de mercado que impulsionou a expansão da economia chinesa. Na verdade, a China socialista surfava na onda do globalismo, disparando altos índices de crescimento do PIB, puxando na década de 2000 os países em desenvolvimento fornecedores de commodities (incluindo o Brasil, a Índia e a Rússia).
Mesmo no seu momento de expansão imperial, o capitalismo neoliberal se caracterizou por taxas medíocres de crescimento do PIB. A partir de 2008 com a profunda crise capitalista, inaugurou-se a era de crise do capitalismo global. A década de 2010 caracterizou-se pela longa depressão que prossegue até os dias de hoje. Ao mesmo tempo, abriu-se a crise do imperialismo dos EUA como império universal. China e Rússia se colocaram para confrontar o mundo unipolar dos EUA. Foi declarada a nova globalização multipolar.
Na década de 2010, depois da crise financeira de 2008, a economia do núcleo orgânico do capitalismo global teve um desempenho medíocre (o caso do G7 e da OCDE). A crise do capital a partir de 2008 atingiu em menor proporção, o desempenho da economia chinesa. O socialismo de feição chinesa possui contraditoriamente um setor capitalista nada desprezível, que embora esteja sob regulamentação do Estado socialista, mantém o vínculo da economia da China com a operação da lei do valor. Por isso, o movimento da crise global do capital a partir de 2008 não deixou de se reverberar – embora em menor proporção - na economia chinesa.
O que os dados da tabela acima nos dizem, tanto com respeito às últimas quatro décadas de ascensão e crise do capitalismo global e de desenvolvimento e estabilidade da expansão do socialismo de mercado na China; quanto às tendências de desenvolvimento da economia mundial a partir da nova conjuntura aberta na década de 2010 e seu desdobramento na década de 2020?
A profunda crise do capitalismo global que se arrasta na década de 2020 não se restringe à crise da economia global como ocorreu em 2008 e nas décadas anteriores com as crises financeiras do capitalismo neoliberal.
Pela primeira vez, a crise de 2020 - caracterizada pela confluência de pandemia e crise sanitária; aprofundamento da mudança climática; guerra na Ucrania e conflitos geopoliticos; e desaceleração, estagflação e recessão da economia global - inaugurou uma nova temporalidade histórica da crise estrutural do capital, só comparável às mudanças estruturais ocorridas a partir de 1973-1975 (a grande crise); e às mudanças a partir de 1991 (Consenso de Washington e fim da URSS) e o crash financeiro de 2008.
Nossa hipótese é que 2020 é um novo ponto de inflexão histórica muito mais rico no sentido de múltiplas determinações da crise estrutural do capital, ou aquilo que os autores chamam de "policrise"[4]. Iremos ver isso depois, num post exclusivo.
Vamos analisar a tabela acima:
Em primeiro lugar, vejamos o desempenho da China com respeito à sua participação na economia mundial. É um desempenho notável e historicamente ímpar – em 4 décadas, a China saiu de uma participação de 1,7% do PIB global em 1980 para 17,3% em 2020.
O formidável crescimento da economia da China é exemplo da força de impulsionamento dado pela política de liberalização do mercado e direção socialista do Estado ocorrido a partir das Reformas de Deng Xiaoping. Esse impulso notável deu resultados principalmente a partir da década de 2000, pegando assim, a onda do período histórico de expansão do globalismo neoliberal.
A expansão da China socialista diz respeito à imbricação entre o movimento da lei do valor conectado com o mercado mundial e a direção politica do Estado socialista monitorando o desenvolvimento parcial do sistema do lucro. É a condução do valor pelo anti-valor – diríamos nós.
Em 2010, a participação chinesa na economia mundial triplicou em comparação com 2000; e em 2020, quase dobrou em comparação com 2010. Percebemos uma desaceleração de participação da China na economia mundial, provavelmente por conta da crise de 2008 que abateu todo o sistema mundial do capital. É isso que explica o redirecionamento da estratégia de desenvolvimento chinesa com Xi Jiping na década de 2010. Em termos de perspectiva de futuro, a expansão chinesa vai depender da implementação da estratégia da Rota da Seda[5], implicando assim, fatores geopolíticos decisivos. A China se prepara para sua hegemonia no século XXI, confrontando assim, os EUA. Na década de 2010 a geopolitica entrou na ordem do dia. O duelo de gigantes se inicia efetivamente na década de 2020, sendo a guerra na Ucrânia seu prolegômeno geopolítico.
Em segundo lugar, o G7 teve sua participação na economia mundial diminuída – de 62,5% em 1980 para 47,2% em 2020. É claro que, de 1980 a 2000, notou-se um crescimento por conta da expansão do capitalismo global (de 62,5% para 66,5%).
Esta queda de 15,3% é a expressão relevante da decadência histórica do capitalismo neoliberal, que nos últimos 40 anos alimentou taxas de crescimento medíocre do PIB, principalmente a partir da década de 2000.
A crise de 2008 abateu de vez o capitalismo do G7, como vimos o que ocorreu na década de 2010; e provavelmente, deve ocorrer na década de 2020. Trata-se de um novo patamar da crise estrutural do capital. Na verdade, o G7 nunca se recuperou efetivamente da crise de 1973-1975, o ponto de inflexão da crise estrutural da economia capitalista.
O que os dados mostram é que a economias de mercado é incapazes de fazer funcionar o sistema do lucro sob a condução do capital ficiticio. A queda da produtividade do trabalho e, no plano de fundo, a queda da taxa de lucros indicam isso. A alta composição orgânica do capital impactou na produção de mais-valor. A dominancia do capital ficticio é mero sintoma da falência do sistema do valor. Por fim, a decadência histórica manifesta-se na degradação do processo civilizatório desde 1980 no centro mais desenvolvido (a degradação do mundo do trabalho).
Os dados mostram que o G7 cresceu até a década de 1990 e, a partir da década de 2000, teve uma queda significativa – de 66,5% para 47,2% de participação na economia mundial (19,3% de queda – principalmente após a crise de 2008).
Isso é a prova cabal de que o sistema do lucro não funciona mais por si só, precisando da intervenção do Estado (o sistema do anti-valor). Mas não se trata de qualquer intervenção do Estado, mas sim, a intervenção de um Estado de novo tipo capaz de dar um salto qualitativamente novo no processo da economia politica, tal como vemos na China (o que deve se tornar cada vez mais evidente no século XXI).
Em terceiro lugar, os EUA, a economia mais saudável do G7, teve um comportamento similar ao bloco capitalista central. Expandiu-se de 1980 a 2000 - vale dizer, uma expansão medíocre para a locomotiva do mundo capitalista mundial (teve crescimento de 5,1% de participação do PIB na economia mundial, principalmente a partir de 1990, quando se tornou o polo hegemônico da economia global com o fim da URSS e a financeirização do mundo).
Entretanto, a crise de 2008 abateu a economia dos EUA que teve queda de 7,7% de participação do seu PIB na economia mundial (em 2010, a participação do PIB dos EUA na economia mundial era de 22,6%). Na década de 2010, o PIB dos EUA cresceu um pouco (2,1%), não recuperando, entretanto, seu patamar de 2000 (em 2000 a participação dos EUA no PIB global era de 30,7% e em 2020, foi de 24,7% - um pouco acima do de 2010).
Na década de 2020, os EUA devem "jogar pesado" para recuperar o desempenho das décadas anteriores, provavelmente às custas dos aliados do G7 (a canibalização da União Europeia pela OTAN é o maior exemplo).
A década de 2020 deve ser crucial para o futuro dos EUA como economia capitalista hegemônica mundial.
Na década de 1980, Japão e Europa Ocidental cresceram um pouco mais do que os EUA (a participação dos EUA no crescimento do PIB do bloco caiu de 40,3% para 39%). A década de 1980 foi uma década de crise da economia estadunidense que buscou, via políticas neoliberais, recuperar-se da crise de 1973-1975. Mas os EUA recuperaram-se com o Consenso de Washington e o fim da URSS, o que vimos na década de 1990 e 2000, quando a participação dos EUA no crescimento do PIB do G7 cresceu de 39% para 45,6%.
Na verdade, a americanização da Europa Ocidental e depois, da União Europeia sob a cobertura da OTAN a partir de 1990, só reforçou uma tendencia do imperialismo estadunidense: a canibalização dos seus aliados - primeiro, o Japão e a crise financeira do Yen a partir da crise de 1987; e depois, a União Européia com o Euro sob controle do FMI, a Austeridade neoliberal e hoje, a guerra na Ucrânia .
Assim, o crescimento da participação dos EUA no PIB mundial na década de 2010 – de 8,3% - fez-se às custas do crescimento medíocre do PIB na União Europeia e no Japão, com a União Europeia adotando a Austeridade neoliberal "made by USA" (via FMI). Por exemplo, a participação do PIB dos EUA no bloco do G7 – apesar do desempenho medíocre da economia estadunidense – cresceu de 45,6 em 2000 para 52,3%. O mesmo movimento se verificou em relação à parcela da participação do PIB dos EUA no PIB da OCDE[6].
Em quarto lugar, no caso dos países em desenvolvimento, incluindo a China, observamos uma queda de 1980 a 1990 por conta da crise da dívida externa e, depois, uma leve recuperação na década de 1990, provavelmente sendo puxado pelo crescimento chinês (de 16,5% em 1990 para 17,6% em 2000).
Isso seria bastante visível na década de 2000, com o boom chinês puxando o PIB dos países em desenvolvimento – de 17,6% em 2000 para quase o dobro em 2010 – 30,7%. Isso prosseguiria na década de 2010, sem o mesmo vigor da década passada: de 30,7% em 2010 para 36,4% em 2020. Mesmo assim, 6,4% é um crescimento significativo, o triplo do dos EUA na década de 2010 (2,1%).
É visível o deslocamento do eixo de acumulação do capital – sob a direção do capitalismo de Estado e do socialismo de mercado - formas do sistema do anti-valor – do pólo do Atlântico (EUA e União Europeia) para o pólo do Pacífico (Ásia e Eurásia). Caso façamos a exclusão dos dados do PIB da China dos dados do PIB dos países em desenvolvimento, o quadro se modifica um pouco, demonstrando a força da economia chinesa: a participação do PIB na economia global dos países em desenvolvimento caiu até a década de 2000 (de 19,9% em 1980 para 14% em 2000). É na década de 2000, que o PIB do bloco cresceu de 14% para 21,6% sob o impulso chinês, tendo na década de 2010 uma pequena queda (por conta da longa depressão pós-crise de 2008) – de 21,6% para 19,1%.
Enfim, o que podemos concluir da leitura da tabela acima?
Embora tenha caído desde 1980, a participação do G7 na economia mundial ainda é significativa – quase 50%.
Nas últimas quatro décadas, o PIB do G7 teve uma queda de 15,3% em contraste com os países em desenvolvimento (incluindo a China), que cresceram 14,9%.
A OCDE perdeu 16,3% de participação do PIB global. Só a China teve um crescimento de 15,6%, quase o equivalente ao que o G7 perdeu de participação na economia global.
Portanto, o G7 ainda tem a maior participação no PIB global, mas está caindo – e a década de 2020 pode ser decisiva.
Esta década é decisiva não apenas em termos da participação na economia global, mas do poder geopolítico global.
Na década passada, o G7 perdeu 4,2% de participação no PIB global. Caso o G7 repita tal desempenho econômico, e os países em desenvolvimento também repitam seu desempenho econômico, o G7 ameaça perder a posição hegemônica na economia mundial.
Inclusive, caso a China repita na década de 2020 o mesmo desempenho econômico da década de 2010, deve alcançar 25,4% de participação no PIB global, superando a participação que os EUA têm no PIB global em 2020 (24,7%).
Portanto, a década de 2020 é decisiva, o que explica a movimentação hegemônica dos EUA contra a Rússia e a China.
Como diz a canção: "It's now or never."
NOTAS
[1] Os países que compõem o Grupo dos Sete (G7) são: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos. Além disso, a União Europeia também está representada no G7, embora não seja considerada um membro oficial.É curiosa a situação da Rússia: não faz parte do Grupo dos Sete (G7), que é composto por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos. A Rússia foi membro do G8 de 1997 a 2014, mas foi suspensa após a anexação da Crimeia. E nem entra na classificação de "país em desenvolvimento, pois é geralmente classificada como um país de renda alta pelo Banco Mundial, o que a colocaria fora da categoria de "países em desenvolvimento" de acordo com essa definição. No entanto, outros podem argumentar que a Rússia ainda enfrenta muitos desafios de desenvolvimento e, portanto, poderia ser considerada um "país em desenvolvimento" de acordo com outros critérios.
[2] Principalmente, Índia, China, Brasil, México, África do Sul, Indonésia, Filipinas, Egito, Nigéria, Paquistão – entre outros.
[3] Deng Xiaoping, que se tornou o líder supremo da China em 1978, é conhecido por implementar uma série de reformas econômicas que são frequentemente referidas como "Reformas e Abertura" (改革开放). Essas reformas foram fundamentais para a transformação da China de uma economia planejada para uma economia de mercado socialista. Aqui estão algumas das principais reformas que Deng Xiaoping implementou: Descentralização Econômica: Deng introduziu políticas que transferiram a autoridade econômica do governo central para governos locais e empresas estatais. Isso permitiu uma maior flexibilidade e eficiência na economia: Reformas Agrícolas: Deng acabou com o sistema de comunas do período maoísta e introduziu o sistema de responsabilidade familiar, que permitia aos agricultores venderem seus produtos em mercados locais e manterem os lucros. Zonas Econômicas Especiais (ZEEs): Deng estabeleceu ZEEs ao longo da costa da China para atrair investimentos estrangeiros. Essas zonas tinham políticas econômicas mais liberais e eram abertas ao comércio internacional. Reformas Industriais: Deng promoveu a modernização da indústria chinesa, incentivando a inovação e a eficiência. Ele também permitiu a existência de empresas privadas e promoveu a competição no setor industrial. Abertura ao Comércio Internacional e Investimento Estrangeiro: Deng promoveu a integração da China na economia global, incentivando o comércio internacional e o investimento estrangeiro. Reformas Educacionais: Deng revitalizou o sistema educacional da China, que havia sido perturbado durante a Revolução Cultural. Ele promoveu a educação técnica e científica para apoiar o desenvolvimento econômico da China. Essas reformas resultaram em um rápido crescimento econômico e melhorias significativas no padrão de vida para muitos chineses. No entanto, elas também levaram a desigualdades crescentes e a uma série de outros desafios sociais e ambientais.
[4] O termo "policrise" é um conceito utilizado na área da economia e da ciência política para descrever uma situação de crise múltipla ou generalizada, em que diversos problemas e desafios se interligam e se intensificam simultaneamente. A palavra "policrise" vem do grego "poly" (que significa "muitos") e "krisis" (que significa "crise"). Essa ideia sugere que diferentes crises ocorrem em conjunto, alimentando-se mutuamente e criando um ambiente de instabilidade e incerteza. Uma policrise pode envolver várias dimensões, como crises econômicas, políticas, sociais e ambientais. Por exemplo, pode-se observar uma queda significativa no crescimento econômico, altos níveis de desemprego, instabilidade política, conflitos sociais e problemas ambientais, como desastres naturais ou esgotamento dos recursos naturais. Em uma policrise, as diferentes crises estão interligadas e podem se reforçar mutuamente. Por exemplo, uma crise econômica pode levar a um aumento do desemprego, o que, por sua vez, pode gerar instabilidade política e social. Essa interação entre as crises torna mais desafiador para os governos e instituições lidarem com a situação, pois as soluções para um problema podem afetar ou serem afetadas pelos outros. É importante ressaltar que o conceito de policrise não é um termo técnico estritamente definido e pode ser utilizado de maneira mais ampla para descrever uma situação complexa e interconectada de múltiplas crises.
[5] A Estratégia da Rota da Seda é uma iniciativa lançada pela China em 2013, também conhecida como Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês). É um projeto de desenvolvimento econômico e diplomático que visa fortalecer a conectividade e a cooperação entre a China e outras regiões da Ásia, Europa, África e além. A Rota da Seda refere-se à antiga rota comercial que ligava a China ao Oriente Médio, Europa e África. A estratégia chinesa busca revitalizar essa antiga rota através da construção de infraestrutura, incluindo portos marítimos, rodovias, ferrovias e gasodutos, a fim de facilitar o comércio e a conectividade regional. A iniciativa da Rota da Seda é composta por duas partes principais: o Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século XXI. O Cinturão Econômico da Rota da Seda envolve a construção de infraestrutura terrestre que liga a China à Ásia Central, Europa e Rússia. Já a Rota da Seda Marítima do Século XXI busca fortalecer as rotas marítimas entre a China e o Sudeste Asiático, Oceania, Oriente Médio e África. Além da infraestrutura, a estratégia também visa promover a cooperação econômica, o intercâmbio cultural e a integração financeira entre os países envolvidos. A China tem buscado estabelecer acordos bilaterais e multilaterais com os países ao longo da Rota da Seda para impulsionar o comércio, investimentos e a transferência de tecnologia. A Estratégia da Rota da Seda é considerada uma das principais iniciativas de política externa da China e tem gerado discussões e debates sobre suas implicações geopolíticas e econômicas em diferentes partes do mundo. Enquanto alguns países veem benefícios na cooperação com a China, outros expressam preocupações sobre a influência política e o endividamento resultante desses projetos de infraestrutura.
[6] A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é composta – até setembro de 2021 - por 38 países membros, até a minha data de corte do conhecimento em setembro de 2021. Aqui estão eles: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Suíça, Turquia, Costa Rica.
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